FILHO DO ESPARTILHO
O mundo imundo inunda o fundo do abismo da alma
Resseca e seca a face no enlace e no toque da palma
Que me salva da ressalva de um verso que acalma
E me dissolve e resolve a minha fúria de calma.
É espesso o preço que pago na labuta inflacionária
De pintar a pintura numa pincelada reacionária
Informando a forma e a fórmula da vida diária
Sem desejar o bélico na conduta revolucionária.
No entorno do contorno acrescento um toque de fel
Analiso e realizo o pedido que me levará para o céu
Encomendando o desmando na aba profícua do léu
Para sentir-me livre onde nunca estive como coronel.
Encomendei um navio na chama acesa do pavio curto
E transformei a palavra na larva quente de um circuito
No intuito fortuito de ser menino sem algum furto
E levar embora a hora cega antes do meu surto.
Ainda nado no vão do nada mergulhando nas matrizes
Alterando os alteres que pesam na casca das raízes
Ferindo as férias prolongadas dos nossos juízes
E distribuindo um atributo em crianças felizes.
Seria sério se não fosse tudo isso a mais pura verdade
Mas no meio do seio real faço um espaço de saudade
E conduzo o uso inexplorado para o fim da insanidade
Distribuindo um amor em pétala de flor de humanidade.