Vaso de Antúrio

Na casa onde morava

quando criança

(toda e qualquer criança)

havia um vaso em forma de cone:

Um antúrio plantado.

Ele, ali naquela sala,

jantava casca de ovo e almoçava pó-de-café

que lhe colocavam como adubo.

A planta vivia mirrada.

Ele ficava naquele lugar nobre da casa

esquecido de água.

Talvez se estivesse em uma sala-de-beber

teriam lhe dado líquido.

E, aí, provavelmente esquecer-se iam

de lhe dar minerais.

É sempre assim:

A vida como

LIQUIDEZ.

L.L. Bcena, 08/10/2000

POEMA 794: CADERNO: AMOR DORMIDO E SONHADO.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 08/04/2012
Reeditado em 22/07/2012
Código do texto: T3600883
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