Vaso de Antúrio
Na casa onde morava
quando criança
(toda e qualquer criança)
havia um vaso em forma de cone:
Um antúrio plantado.
Ele, ali naquela sala,
jantava casca de ovo e almoçava pó-de-café
que lhe colocavam como adubo.
A planta vivia mirrada.
Ele ficava naquele lugar nobre da casa
esquecido de água.
Talvez se estivesse em uma sala-de-beber
teriam lhe dado líquido.
E, aí, provavelmente esquecer-se iam
de lhe dar minerais.
É sempre assim:
A vida como
LIQUIDEZ.
L.L. Bcena, 08/10/2000
POEMA 794: CADERNO: AMOR DORMIDO E SONHADO.