[A Vigilância da Razão]

O Riso me enfraquece, me desarma;

o Riso tira-me a analiticidade do olhar,

turva, neblina os meus julgamentos,

fratura, ou trinca, a minha tranquilidade!

Odeio-me quando me pego sorrindo...

É como se, ao sorrir, por instantes inextensos,

eu ficasse nu, exposto a uma chuva de flechas,

ou a uma saraivada de balas de grosso calibre.

Mas ainda assim, às vezes, eu sorrio,

e reconheço a minha humana fraqueza...

E sei-me, mais que nunca, a descoberto,

sem a retaguarda da vigilância da Razão.

Há, no entanto, uma instância do Riso

que me fascina, alivia-me o peso mundo:

ocorre quando o Riso se conjuga ao Prazer

de um orgasmo que desmorona o Tempo!

[... e como sempre, eu não disse nada]

_____________

[Desterro, 07 de abril de 2010]

[Obs... preferi "aliviar" na regência direta...viu?]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 07/04/2012
Código do texto: T3599912
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