[A Vigilância da Razão]
O Riso me enfraquece, me desarma;
o Riso tira-me a analiticidade do olhar,
turva, neblina os meus julgamentos,
fratura, ou trinca, a minha tranquilidade!
Odeio-me quando me pego sorrindo...
É como se, ao sorrir, por instantes inextensos,
eu ficasse nu, exposto a uma chuva de flechas,
ou a uma saraivada de balas de grosso calibre.
Mas ainda assim, às vezes, eu sorrio,
e reconheço a minha humana fraqueza...
E sei-me, mais que nunca, a descoberto,
sem a retaguarda da vigilância da Razão.
Há, no entanto, uma instância do Riso
que me fascina, alivia-me o peso mundo:
ocorre quando o Riso se conjuga ao Prazer
de um orgasmo que desmorona o Tempo!
[... e como sempre, eu não disse nada]
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[Desterro, 07 de abril de 2010]
[Obs... preferi "aliviar" na regência direta...viu?]