Adeus

A lua

cheia

pintada de amarelo puído

encardido

passeia num céu colorido

de um outono roubado

aos canteiros

de papel

onde escrevi o teu nome

onde escondi minhas lembranças

e onde a tua falta

murmura o que você nunca disse

diz um poema

de estrelas medievais

me conta ilusões à toa

guarda um segredo

um medo

em meio às flores no ar

canta a tua canção

dois dedos de meiguice

numa madrugada

teus olhos chegam de mansinho

e se vão antes que para os sonhos

tudo seja tarde demais

e teu nome nos meus lábios

seja um adeus

mudo adeus

nada mais