PILGRIN GRITA
Por que não fugimos amanhã?
Talvez nem o sol esteja mais La então
E nos possamos desaparecer feito o vento
Escondendo-nos no caminho
E tudo tão absurdo
Mas podemos ser paranoicos
Por que o mundo esta mergulhado na lama
Tudo tão obscuro e rastejante
As coisas perdem o sentido pouco a pouco
É o outro lado
Sem Deus nem natureza
As rimas morrendo com o crepúsculo
E jovens meninas em trajes curtos correndo na grama
A loucura fazendo seu dia
Como fazia com Carl Solomon no Pilgrim
Totalmente desperto nos comas de insulina
A loucura fabrica poetas
Somos todos loucos algumas vezes por dia
Quem quer ser normal o dia todo?
Quem quer tele jornais novelas e automóveis?
Bares lanchonetes garçonetes e policiais?
Quem quer tudo isso o tempo todo por toda a vida?
Às vezes e bom fugir
Deslizar
A sanidade escapando pelas brechas da mente
Cada dia um pouco
Alguns já estão perdidos de todo
E são mais felizes
Por que estão intocáveis
Por que as desgraças não os Alcan Sam
Carl Solomon flutuava também
Mas estava preso
Psiquiatria autoritária o tachando de louco
Seu cérebro maldito gritando nos corredores
Ainda que em coma não calado
Apenas esperando
Com uma paciência que eles não entendem
A sua hora de escapar
As noitadas em cemitérios
Tantas fugas de tantos lugares
Todos os hospícios gaiolas insensíveis que tentavam silencia-lo
Mas como calar o vento?
Como aprisionar a natureza da fúria?
Ele era Pilgrin gritando
Eu ouso os ecos ate hoje.
Singela homenagem para o mais urbano dos Beats