MULHER MODERNA

Corpo tunado

Silicone até no sangue

Parecia uma boneca inflável

Mais ainda inflamável

Tinha ainda todos os buracos intactos

Para uma completa partida de golfe e golfadas

De papel passado e pegadas apressadas

Advogado do lado

Vai passeando na praça

Sem lembrar-se do passado

Infeliz do amado

Que fica bebendo como dragão sem seu Jorge

Ensimesmado suando e tragando

Tá todo ensopado

Com fogo pelas ventas

Ensimesmado

Se sente traído

Foi "atrairado"

Nada como um goró envenenado

Pra esquecer o bolado

A dondoca pra lá de mocinha

Trocou o marmanjo saculejado

Por um broto desmamado

Tava toda tinindo

Como um “teen” sorrindo

Ela queria ser a potranca porpurinada

Desfilava com seu gurizinho

Fazia suas vontades de games

Comprava seus tênis de logomarca

Beca passada a goma de pelica

Fazia dos corações a tripa

Desde que sua pegada fosse bem descolada

Marcasse seu corpo

Como uma puta tatuada

Na escalada dos piercings

Queria sentir as estrelas de seu hotel

De alto luxo acesas nas madrugadas carentes de neon

E assim trocava de parceiros

Como sendeiros luminosos

Precisam de fusíveis

Era ela uma mulher moderna

Não queria juntas as comunidades

A nada se prendia

Como Ana ventania

Era uma mulher preparada

Era pegar e criar

E levar pro corredor

Pra tanta paixão

A peleja tinha que ser a facão...

Arrancando suspiros nos breus

De corpos esculpidos roubava-lhes os gemidos

Entalhados de músculos e com boca de veludo

Em troca de alguns trocados vividos

Que a vida lhe concedeu...

Pra ela a vida nunca passou nunca recrudesceu

Enquanto tivesse vida pensão e plástica ao seu dispor

Poderia sempre consumir-se de amor

Era assim que vivia o desfrute que a vida lhe concedeu...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 06/04/2012
Código do texto: T3598301
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