BRINCAR DE REALIDADE

Convidei à poesia
para brincar de realidade
com o amor ou com a alegria.
Mas ela não quis.
Só sabia brincar de fantasia.
Daí, para brincar com ela,
inventei que tinha um amor
que se chamava Maria,
que me amava e dizia
que quando me encontrava
se sentia feliz
e que eu era o amor
que ela sempre quis.
E fui brincando assim
com a poesia que, enfim,
sentia-se à vontade.
Mas, quando dei por mim,
a minha fantasia
tornara-se realidade.