QUANDO ELA VEM

Farejei no ar tua presença

Senti no vento que você chegava

Estremeci

Tenho medo da expressão do teu rosto

Assusta-me o que teu olhar quer contar

A tristeza não te deixou de novo

A tristeza... não vai embora sozinha você sabe

A que dolorosas sagas entregaste teu corpo desgastado?

Os horrores tétricos de tuas vontades

Veio me falar de derrotas?

Veio caçoar dos meus planos?

Veio me amar do teu jeito doente?

Não sei... nunca sei

Mas posso sentir tua presença me impelindo

Atiçando

Esperando paciente

E nos sabemos o quanto es paciente

Tua mente não cansa

Tua fome me devora

Não posso fugir

Já te vejo sentada em meu quarto

Discorrendo sobre verdades perversas para seu próprio deleite

A ouso rir

Uma risada que machuca

Você ri de mim

Quer algo meu de novo

Talvez sejam minhas lagrimas

Não posso dalas

Não quero dalas

Estou cansado

Vai segue teu caminho errático

Lança-te a tuas buscas malucas

Vá gritar

Vá doer

Mas faça isto longe

Por que não me deixa?

Terei sido tua vitima mais doce?

A presa mais fácil?

E apenas teu sadismo sentimental?

No fundo acho que sou fraco

Um fraco protestar diante da força de teu desejo

Um leve rumor em tua vida atribulada

Você não sabe mais o que faz

Não sabe por que vem

Apenas vem

Apenas volta

E tua sina

E eu espero

Calado.