Rosário ( Lágrimas de Nossa Senhora)



Postaram-se em capela fria...
A família, o silêncio e alguns vitrais.
Diante daquele colorido e da introspecção para quem quiser:
Jardins celestes; rosas; a revelação do Espírito Santo e, fé.


Que a menina, ao pai perguntou:
Como faço para rezar?
Queria ver as lágrimas de Maria...
E com respeito, tocar em suas mãos.

E, disse o velho pelo sussurro:
Estas contas que carrego em minhas mãos, são na verdade o pranto de Nossa Senhora, quando aflita, pelos caminhos em desterros procurava o filho seu. Tendo no coração a dor que só Deus consola.


Muitos chamam rosário...
Muitos chamam de prece aos arrependimentos...
Muitos o chamam de caminhos das almas.
E, muitos são os entendimentos.


O que sei, é que aqui viemos em paz.
Corações aflitos por cinqüenta ave-marias!
Dores compactadas em três glórias-ao-pai...
Suplicantes em uma Salve-Rainha.


Na vida há muitos mistérios...
Para que sejam esclarecidos juntando em contas, os pretos velhos:
Orações, miçangas, lágrimas de quem o fizer...
Com cruz de arruda, canudo de pito e guiné.


A menina calou-se.
Seus olhos eram os olhos do mar à noite: calmos e perdidos.
Na explicação farta daquelas palavras, meio que agradecendo,
Seu coração foi tecendo novas verdades e outros pedidos.



De Magela e Carmem Teresa Elias


DE MAGELA POESIAS AO ACASO e Carmem Teresa Elias
Enviado por DE MAGELA POESIAS AO ACASO em 05/04/2012
Reeditado em 05/04/2012
Código do texto: T3596097
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