Com ou sem devoção?

Louvando a Maria, com vela na mão

Crença e tradição, lá vai a procissão

Um andor, com fé, desfia um rosário

Cabeça e alma vestem o escapulário

O padre cansado, apagando pecado

Girava o turíbulo, incenso queimado

Em contraste de fé, também aspergia

Molhava em batismo, todas liturgias

Estar ali presente, não era ser crente

Velho padeiro, um convicto aparente

Olimpíada da fé, ostentava uma tocha

A cabeça só pensava no jogo da bocha

O coroínha, com roupa igual a batina

Na Salve Rainha, chamava a menina

A chama por ela revelava de antemão

Não seria padre, nem mesmo sacristão

Quantas surdez, não ouvia as homilias

Será que havia, um atento por família?

Futebol a tarde, ou um final de novela

Ia na mente, dos portadores de vela

A tradição enchia todo ano a avenida

Abençoando cada uma daquelas vidas

Ordenados em andanças dois a dois

O disperso, deixava para rezar depois

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 04/04/2012
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