Cai e espalha

o copo cai, espatifa e vira cacos,

é de vidro, é fraco.

ao ponto de espalhar

espanta ou não é de espantar?

quebrou por tão fraco ser,

meu objeto desassegurou de

minhas palmas

meus dedos se abriram,

desgarraram como alicate

velho, o fraco cérebro

ordenou meu braço

para soltar

cai, caiu, caímos.

quando se cai, os cacos

se espalham, as dores se concentram

mas espalham

notícias de que existe

os olhos dos outros

dizem sem ter visto,

o Mal bate palmas, por que odeia-me.

caí dando minha cara

as palmas que me doeram

o grave do cair

vem da gravidade que puxa

gravemente para o solo

onde rasteja e come poeira

o animal que é caído

o corpo cai, se espalha,

notícia ruim espalha fácil.

quando caio com um calhau

que me acertaram, nem me

ajudaram mas meus erros

espalharam