Brasil
São morenas;
São loiras;
São ruivas...
Feito mariposas a rodear a mesa de bebida.
Dançam no escuro da luz,
Escondem as marcas,que o dia não seduz.
Vem aos montes,
De todos os horizontes,
Esboçando no rosto a mentira do lugar.
Trazem na boca o valor da noite acesa.
Quanto é o programa?...
Cento e cinquenta.
Qual é o seu nome?...
Não importa.
Quantos anos?...
Vinte, dezoito, quinze, doze...
Não importa.
Não pergunte.
De lugar para lugar...
A história não vai mudar.
Por que você está nessa vida?
Não falo de mim, mas de você...
O que vai querer.
Vamos ao que interessa.
Só há uma hora para me usar.
Tire a roupa que eu quero te olhar.
Queria beijar a tua boca,
Sentir o teu cheiro.
Por favor não me toques.
Você é tão jovem e bonita.
Quanto faz por noite?...
Já disse não importa.
Por que você bebe?...
E para melhor não lembrar,
Que a Democracia chama de criminalidade;
Mas não faz nada pra eu me alimentar.
Se eu quiser escola tenho que pagar;
Se eu quiser comer tenho que ofertar;
Se eu quiser sustentar minha filha tenho que morrer aos poucos.
Pecado é não lutar.
Olhe o meu corpo vazio,
Meus seios , meu sorriso, meu sexo...
Não há cio.
Só a minha boca pra te enganar.
Pague para levar,
Que amanhã será outro dia.
Quem liga pra dor de uma prostituta;
Quem liga pra paixão de um solitário,
Homem, vulgar.
A madrugada é só uma e eu preciso trabalhar.
Pagues o que deve.
Se quiser de novo é só me procurar.
Posso morrer na cama,
Mas o meu cliente:
Não deve sair insatisfeito.