Seca

nos olhos que se alongam

um mergulho no oco do peito

mãos a remexer terra batida

tão fundo o fim dos sonhos

não há fios entre os labirintos

não há lágrimas no frio poço...

acre, ocre, gosto e manchas

chagas, sugam o céu da boca

amargas máculas, coágulos

arfam os seios, as veias

triturada a carne, seca e sede

pó, ossos, nós, pés e desejos...

nem restos, nem pétalas

faminta a água no espelho,

engole dos olhos, estrelas...

Almma
Enviado por Almma em 03/04/2012
Reeditado em 03/04/2012
Código do texto: T3591897
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