Poeta
Sou barroco na dualidade
como sou também
do pau-brasil
de Oswald de Andrade.
Tenho as várias faces
de Gregório de Mattos,
porém, sou um Gonzaga,
mestre dos arcades.
Talvez até um
ultra-romântico azedo,
como um tal,
Álvares de Azevedo.
Ou quem sabe um realista,
ou vai saber,
um modernista.
(apostam alguns
em naturalista)
Assim como Adolfo Caminha,
eu também caminho
nos sons e sentidos
e que, como eu,
ninguém ousa
ser Augusto dos Anjos
ou Cruz e Sousa.
Detenho em mim
o Tropicalismo,
sendo um marginal
de marca maior
no meu contemporâneo
pós-modernismo.
Em verdade
na verdade
de verdade,
não sou Oswald
Drummond
ou Mário
de Andrade.
Sou poeta.
Do passado, presente, futuro,
simples profeta.