NOITE SEM MORPHEUS
Se a noite já e alta...
O sono não e
Morpheus não veio me ver neste crepúsculo
Preencho meu tempo
Conto estrelas num céu luminoso
A beleza delas fascina
Mas descubro assombrado...
A beleza delas também enfada
Desisto
Espio a TV com olhos inexperientes para suas tolices
Ela devolve meu olhar em vividos lampejos de imagens
O que mostra e tedioso
Prossigo
Passo os olhos pelos livros da estante
King, Straub, Berlitz e tantos outros me chamam de La.
Querem minha atenção
Desinteressado recuso seus convites
O sono não vem
O cerebro não para
Não distrai
Seria pânico se não fosse o caderno
Ele não sorri nem chama
Apenas se abre
Eu corto a veia da mente
Meu sangue poema flui nas paginas
Não dormi
Mas não perdi a noite.