RETRATO DA SAUDADE - 49
Quando lembro daquele retrato, da sala da minha infância,
Vejo o olhar, o braço protetor sobre o ombro,
Gravados em minha memória de criança,
E ele lá, valentemente pendurado...
Á medida que eu crescia,
Ele se apagava, desaparecia,
Um grande fascínio sobre mim exercia,
Até quando, pensava... Ele resistiria?
E se na noite escura eu tinha medo,
Espiava pelo vão da porta entreaberta, ainda lembro,
La estavam eles na parede da sala,
Sorriam para mim carinhosamente e eu me acalmava...
Entre meus devaneios de criança, cresci,
O quadro da parede da sala, antevi,
Sendo dali retirado, deteriorado,
Mas eu ainda vi os dois, lá juntinhos, abraçados...
O retrato da sala de minha infância se apagou,
Mas em minha lembrança a imagem se solidificou,
Meu pai e minha mãe, bonitos, felizes, abraçados,
Para sempre em meu coração, assim estão gravados...
Lani