RETRATO DA SAUDADE - 49

Quando lembro daquele retrato, da sala da minha infância,

Vejo o olhar, o braço protetor sobre o ombro,

Gravados em minha memória de criança,

E ele lá, valentemente pendurado...

Á medida que eu crescia,

Ele se apagava, desaparecia,

Um grande fascínio sobre mim exercia,

Até quando, pensava... Ele resistiria?

E se na noite escura eu tinha medo,

Espiava pelo vão da porta entreaberta, ainda lembro,

La estavam eles na parede da sala,

Sorriam para mim carinhosamente e eu me acalmava...

Entre meus devaneios de criança, cresci,

O quadro da parede da sala, antevi,

Sendo dali retirado, deteriorado,

Mas eu ainda vi os dois, lá juntinhos, abraçados...

O retrato da sala de minha infância se apagou,

Mas em minha lembrança a imagem se solidificou,

Meu pai e minha mãe, bonitos, felizes, abraçados,

Para sempre em meu coração, assim estão gravados...

Lani

Lani (Zilani Celia)
Enviado por Lani (Zilani Celia) em 02/04/2012
Reeditado em 02/04/2012
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