Dualidade Natimorta

De que adianta passar horas absorto

Se todo pensamento que gero é natimorto?

De que adianta refletir para anular iniqüidade

Se em toda e qualquer brecha já denoto insanidade?

Sigo. Sigo esse caminho cheio de curvas

Sinuosas. Sigo esse caminho com a vista turva.

Sigo torto, cambaleando em linhas certas

Sigo morto, oscilando em visões ascetas

Mas mais mendaz do que já fui.

Fingindo atu(r)ar minha irrealidade.

No esquete que o eu-coadjuvante usufrui

De minha inesgotável fonte de dualidade.

02/04/2012 - 13h00m

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 02/04/2012
Reeditado em 02/04/2012
Código do texto: T3590090
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