Dualidade Natimorta
De que adianta passar horas absorto
Se todo pensamento que gero é natimorto?
De que adianta refletir para anular iniqüidade
Se em toda e qualquer brecha já denoto insanidade?
Sigo. Sigo esse caminho cheio de curvas
Sinuosas. Sigo esse caminho com a vista turva.
Sigo torto, cambaleando em linhas certas
Sigo morto, oscilando em visões ascetas
Mas mais mendaz do que já fui.
Fingindo atu(r)ar minha irrealidade.
No esquete que o eu-coadjuvante usufrui
De minha inesgotável fonte de dualidade.
02/04/2012 - 13h00m