Janelas da alma
Esther Ribeiro Gomes
Da minha janela avisto o mar encantado
que estende na praia seu lençol rendado...
São as ondas que passeiam à beira-mar
e vêm beijar as areias docemente...
Meu pensamento voa além do horizonte,
pelas janelas da alma que se abrem ao luar...
Escuto o sibilar do vento a sussurrar
e a suave brisa acaricia meu rosto,
mas não consegue desfazer o desgosto
da solidão que insiste em me acompanhar!
A nostálgica lua passeia frente à janela
e olho para o céu bordado de estrelas,
com seu manto brilhante a piscar,
num terno convite para me fazer sonhar...
No silêncio da noite vem a saudade
e se agiganta a minha solidão,
mas o aconchego do sono aquieta o coração...
O sonho abre as janelas da alma
e sinto a doce paz que me acalma...
Minh’alma voa nas brumas do tempo,
seguindo o suave sopro do vento,
em busca da antiga felicidade
que hoje mora na minha saudade!