Cacos de vidro

Cacos de vidros

Quantos passos me afastam de ti,

Quanto tempo nossos olhos não se vêem

Quantas luas nossas bocas não se mordem...

Quantos sentidos deixamos de sentir,

Quantas carícias perdemos na noite

Quantas noites perderam nossa luz.

Quantas estrelas amargam nosso desencontro...

E quantos sóis não iluminaram nosso encontro.

Deixei que respirasse minha essência

E fostes minha própria existência

Na nudez, nua e branca da lua

Virgem lua, sempre à espreita.

Entraste em minhas veias,

Pulsaste em minha jugular

E quantas vezes respiramos o mesmo ar...

Desfalecidos, pousamos um no outro

Com ombros e corpo, leve, livre, solto.

Bocas doloridas de amor dormente

Penetrando em tuas entranhas

Por mim possuída loucamente.

Quando o encanto quebra-se...

É feito vaso de cristal,

Escorregando entre os dedos!

Todos os nossos beijos e abraços

Espatifaram-se no chão em mil pedaços

Eu não consigo colar cacos.

Tony Bahia

Tony Bahia
Enviado por Tony Bahia em 01/04/2012
Reeditado em 01/04/2012
Código do texto: T3588579