Cacos de vidro
Cacos de vidros
Quantos passos me afastam de ti,
Quanto tempo nossos olhos não se vêem
Quantas luas nossas bocas não se mordem...
Quantos sentidos deixamos de sentir,
Quantas carícias perdemos na noite
Quantas noites perderam nossa luz.
Quantas estrelas amargam nosso desencontro...
E quantos sóis não iluminaram nosso encontro.
Deixei que respirasse minha essência
E fostes minha própria existência
Na nudez, nua e branca da lua
Virgem lua, sempre à espreita.
Entraste em minhas veias,
Pulsaste em minha jugular
E quantas vezes respiramos o mesmo ar...
Desfalecidos, pousamos um no outro
Com ombros e corpo, leve, livre, solto.
Bocas doloridas de amor dormente
Penetrando em tuas entranhas
Por mim possuída loucamente.
Quando o encanto quebra-se...
É feito vaso de cristal,
Escorregando entre os dedos!
Todos os nossos beijos e abraços
Espatifaram-se no chão em mil pedaços
Eu não consigo colar cacos.
Tony Bahia