Criador e criatura
O poeta que me criou
Fez-me assim, crente
De que o impossível
É inexistente,
De que o medo
É fruto da mente
De quem não tem
Imaginação.
O poeta que me criou
Fez-me assim, sedenta
De tudo o que desconheço,
Assim, sequiosa
De gestos, palavras, sonhos,
De sentimentos em profusão.
O poeta que me criou
Não me fez para a solidão.
Fez-me, sim, para as noites mornas,
Com luar e muitas estrelas
A embalar-me com brilho sem fim.
Fez-me para a existência alegre
Em meio à beleza infinita
Do mundo que criou para mim.