VOE NO ACASO

OUTONO SIDERAL

Venha o outono com as folhas da vida,

Voe no acaso de todos os risos,

No sonho sem prazo de pensamentos precisos,

Entre os ventos que a alma desenhou na saída...

E chegue, quieto, no silêncio dos dias,

Cantando a saudade do que ainda será,

Será alegria quando a paz flutuar ?

Será só devaneio correndo entre as vias ?

Assim, sem freio, corre o outono

Sideral entre as folhas caídas na alma,

É uma estação veloz no tempo sem dono,

Feito a própria vida que se vai sem calma,

Feito o sol que acorda o amor do sono

Desenhado em linhas de uma simples palma...

E que chegue um tempo de paz, afinal,

Que chegue um sonho ultrapassando estrelas

E transcenda o mistério da ilusão, ao vê-las,

Refletidas na estação do outono sideral.

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