SONETO DA TEMPERANÇA
Como distante vai o tempo, há muito esquecido...
Quando este velho, feito menino, com toda pujança
cantava, corria, saltava e sorria... era ainda criança
por alamedas de um jardim perfumado e florido.
Depois, quando jovem em eloqüente discurso ido,
tinha eu força no olhar e o brilho da confiança...
Sorriso franco e aberto repleto de esperança.
Muita coragem e sem medo do desconhecido...
Agora experiente, percebo como inocente havia sido,
Por vezes, tendo-me deixado levar pela desesperança.
Ou como louco e voraz, intrépido e vivido.
Hoje sentindo meu corpo cansado e sofrido,
sinto em meu peito saudade e lembrança,
de um tempo remoto, como num sonho perdido...
Luis Carlos Mordegane