Meu poema

Orgulho meu esse de ter

Em mim o sangue das três raças

Correndo sem saber por quê

Alheio ao mais que tudo passa

Flui como quem não sabe que

Alenta um corpo de alma e graça

No pulso meu ligeiro corre

O sangue já que em mim brotou

De além do mar que tem na costa

Que o próprio Deus abençoou

Onde a esperança nunca morre

E o povo negro se encantou

Do sangue branco herdei o Viço

Que é muito forte no europeu

E o tom cruzado de mestiço

Pintou-me a pele e me fez eu

No lado oposto ao rebuliço

Do mar que um dia fora seu

Dos meus que aqui sempre estiveram

Desde o princípio a muito haver

Ficou-me o gosto pela terra

O jeito nobre de viver

Mesmo arrancados em procela

Do que lhes era compreender

A terra é um dom que me faz vivo

E do seu pó logo aprendi

O orgulho meu de ser nativo

E ser feliz onde nasci

Eleito a um lindo paraíso

Que o próprio Deus fez para mim...

ildon lopes
Enviado por ildon lopes em 31/03/2012
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