de música e de poesia49
Separou-se de mim a membrana do tempo,
percebi que o movimento rotacional continua,
a Terra flutua mesmo sem
você em minha vida.
Menino-sol, eu bem queria
ser satélite em seu espaço orbital,
estar inerte diante de ti,
entrar por teu umbigo, fazer-te rir,
subir por uma escada de corda
e desatar os nós do teu cérebro de pano.
Fazer-nos encontro estrondoso,
sermos o big-bang.
Logo durmo, amanhã é mais um dia
sem ti.
Restam-me migalhas e poesia.