de música e de poesia48
Nada se encontra fisicamente
neste ambiente de atrito flutuante.
Nada se toca. Nunca.
Mesmo quando a música da tua presença
interage com meus neurôneos,
mesmo quando te aqueço
com um olhar atônito.
E ainda que te abrace
no pretexto de um boa-noite.
Mesmo que a lágrima escorra pela face.
Nada se toca. Nunca:
há espaço demais entre as partículas atômicas.
Cerro os olhos em conformismo:
jamais saberei a textura biônica do teu ser.