CLASSIFICADOS DO AMOR
Meu amor, tinha-o como puro
Mas alguém o classificou de banal
E por certo de amoral e imoral
Quando para mim era valoroso, todo ouro
Eles pensam: é somente carnal
Mas para quem assim pensa, natural
Pois entre si próprios agem como animais
Não admitem sejam os outros seres cordiais
Pensam da mesma forma que sou um velho safado
Saído de contos, de Bukowski; por certo conjuras
Enganam-se eles, estou mais para apaixonado e enganado
Ora desiludido com mentes tão impuras
Não fotografo semblantes íntimos, às escuras
Com charme duvidoso, profano, sem canduras
Não me entrego a conhecidos frios e recentes
De quem não sei nenhum passado, se decentes
Não me passo por donzela casta e inocente
A travar-se e ruborizar-se com simples olhares, reticente
Por certo olhos crentes a enxergar em tudo ação nefasta
A tudo ter como pecaminoso, dos outros pensares, afasta
Por certo uma ordem foi emanada
E rigorosamente, regiamente seguida e observada
Por quem não se impõe como adulta que é, talvez travada
Por me conhecer e mesmo assim não me defender em nada
Triste verifico há pessoas desse naipe, tais sujeitos
Mentes toscas, sujas, a julgar-se superiores, salvas
Acima do bem e do mal, com eternas puras almas
A ver nos outros os seus próprios defeitos
Quanto a quem não refletiu e acreditou
E tudo passivamente - travou - e aceitou
Pobre coitada, apenas imatura - travada - desleixada
Mostrou ter fraca personalidade, nula, inacabada
Tenho minha consciência limpa, sem mácula
Não poderia de outro modo ver-me espelhado
Acreditei por demais no seu amor, mera fábula
Foi um imenso e terrível engano, agora estou certificado.
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