SEJA, ALÉM DO OBJETO
Prefiro a utopia de acreditar sozinho
Do que dividir sonhos pela metade
Volto ao regresso de um solitário
Avanço ao progresso de um bem maior
Acreditamos pouco a pouco
Aonde a vida nos leva;
Tem coisas que não estão em nossos planos
E acabam se tornando o consumo da vida
Andamos num caminho soprado pelo vento
Nos surpreendemos
Com o quanto isso nos agrada,
O plural volve ao singular
E o singular se mistura ao coletivo
Sou um indivíduo
Como qualquer ser da multidão:
Bebo, como, respiro
Enquanto há vida
O coração pulsa por um ideal
Aos outros, desconhecido
A nós mesmos, as vezes, guardado
Outras, mutilados pela falta de fé
Pelo abandono, pela mediocridade
Pela venda de um dom,
Transformado no comodismo
De apenas ter.
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Extraído do livro: MÁQUINA DO VENTO, disponível para download na seção e-livros.