Em Sampa nada muda...

Os transeuntes que na fina garoa caminham

Esqueceram o guarda-chuva sobre o balcão do café,

Onde trocaram cartões de visitas

E após o curto abraço correram desesperados aproveitando o verde do semáforo

Deixando para trás a estrondosa buzina, a brusca brecada,

O belo sorriso de quando aqui chegaram!

O desejo da conquista a boca enrijeceu

A vibrante gargalha se perdeu

Campa espalha-se em todos sentidos

Aterra os rios

Cinzenta o barro

E abafadas as arvores deixam de florirem

Os passarinhos sem ninhos migram

Entristecendo os velhinhos que com á fuga destes vêem seus sonhos minguarem

A cidade farta, não mais cessa,

Em Zumbi se transforma.

Os amigos não mais se saúdam

A disputa pela copa da arvore, foi substituída pela conquista do terraço,

De onde as estrelas não podem ser vistas!

O céu ao asfalto se junta tornando tudo cinza

A renovação mudou-se para o aeroporto, estação rodoviária...

Aonde a cada dia novos chegam, e os desenganados partem.

Assim é Sampa um lugar que desengana

Onde o descomunal triunfa sobre o formoso

Campa é incompreensível,

Mas em Sampa

Saudades Passam

Sentimentos Sobram.

Robert Jorge
Enviado por Robert Jorge em 25/01/2007
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