Em Sampa nada muda...
Os transeuntes que na fina garoa caminham
Esqueceram o guarda-chuva sobre o balcão do café,
Onde trocaram cartões de visitas
E após o curto abraço correram desesperados aproveitando o verde do semáforo
Deixando para trás a estrondosa buzina, a brusca brecada,
O belo sorriso de quando aqui chegaram!
O desejo da conquista a boca enrijeceu
A vibrante gargalha se perdeu
Campa espalha-se em todos sentidos
Aterra os rios
Cinzenta o barro
E abafadas as arvores deixam de florirem
Os passarinhos sem ninhos migram
Entristecendo os velhinhos que com á fuga destes vêem seus sonhos minguarem
A cidade farta, não mais cessa,
Em Zumbi se transforma.
Os amigos não mais se saúdam
A disputa pela copa da arvore, foi substituída pela conquista do terraço,
De onde as estrelas não podem ser vistas!
O céu ao asfalto se junta tornando tudo cinza
A renovação mudou-se para o aeroporto, estação rodoviária...
Aonde a cada dia novos chegam, e os desenganados partem.
Assim é Sampa um lugar que desengana
Onde o descomunal triunfa sobre o formoso
Campa é incompreensível,
Mas em Sampa
Saudades Passam
Sentimentos Sobram.