Poesia ao Anti-Poeta

Ao poeta

Cujo vocativo

Não cabe

Ao sujeito.

Àquele que bem cabe a analogia

De que é forrar gaiola com o Starry Night

Inseri-lo entre os produtores do lixo abundante

Que altaneiros ousam chamar de poesia.

És o porta-voz dos corações partidos, amigo!

És a pincelada tresloucada do impressionismo

Na realidade abjeta que nos cerca.

És da imundície o arauto

Que em palavras a torna asceta.

É aquele que em nos nossos corações crava palavras como estacas

É aquele que com lirismo malabarismos faz;

Faz, como se o fizesse com facas;

Faz, com sua intrínseca guerra que nos traz paz.

Com antíteses de invejável fio

Rasga o subconsciente e expõe seu lado sombrio;

Tens no amplo versejar conciso

A avassaladora fluência dum rio

Que ouso contra nadar pois dele preciso.

E com que maestria

Não utiliza a alquimia

No cerne da agonia

Da ausência de alegria?

Tendo em vista a grandeza que aspira

E as elucubrações que me inspira

Sugiro que quando minha bandeira

For arriada depois de tanta canseira

E ficar espalhada ao pé do mastro

Quero que meu funéreo alabastro

Tenha escalavrado no epitáfio

Um verso de Eduardo Negs Castro.

30/03/2012 - 00h50m

Ignite - Live For Better Days

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 30/03/2012
Reeditado em 30/03/2012
Código do texto: T3583946
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