SOTÃO & PORÃO

Algemas invisíveis
Clarões em matizes
Em rígidos deslizes
Nas aflições sangrentas
No flagelo exposto
De atos supostamente nojentos
Meros excrementos de ocasião à mão
No qual ouço ruídos e grunhidos no sótão
Em desconexa desconexão
E o arrastar de chinelos no porão
Então me assusto ao perceber
Que nem tudo que escuto meus olhos podem ver.


 
ZARONDY, Zaymond. VERBOS, VERBETES, VERBORRAGIAS. São Paulo: Grupo Editorial Beco dos Poetas & Escritores Ltda., 2017.
 
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 29/03/2012
Reeditado em 20/05/2017
Código do texto: T3583497
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