Esteio da Igualdade

Abro a janela para o mundo

E percebo a multidão tagarela que passa

Pelo silêncio que não se importa

De ser corroído pelo burburinho da cidade...

Ventos alucinógenos mostram o perfil vagabundo

De silhuetas que semeiam a desgraça

E que abrem demasiadamente a porta

Para que o murmúrio seja o fel da infelicidade...

Há corredores cujos tapetes são imundos

Pela embriaguês deixada nas taças

Em que navega uma esperança quase morta

E que pode transformar o ritual da realidade...

Pelos campos a sinestesia tem o teor profundo

Da sensibilidade que alimenta as massas

E trancafia o viés que faz vibrar o aorta

Dos corações que vivenciam a solidariedade...

Pelas estradas o arrebol que se descortina ao fundo

Traz a mensagem que importuna e ameaça

Os vícios de um universo da natureza torta

Que sucumbirão diante do esteio da igualdade!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 29/03/2012
Código do texto: T3583211
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