OUTRA MANHÂ

ainda que

a manhã

fosse fogo

iluminura

pintada em um fundo

de tela

pendurada na parede

do museu de arte

nada poderia perpetuar

a viva manhã natural

latente

real

a manhã

cujo sol

faz suar os poros

e iluminar

as àguas da baía

mas que o tempo

faz adiá-la para

outro dia

outra manhã

que novamente pode ser

de sol

ou de chuva e por si só

diferente da manhã pintada

na tela,

esta,

eterna e isenta do suor do sol

Luiz Cláudio Bento
Enviado por Luiz Cláudio Bento em 29/03/2012
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