Fênix

Me tira daqui, por favor

Desse ambiente hostil

Com piranhas cheias de má vontade

Na verdade, lhe peço, peloamor!

O salário não vale

O horário não cabe

Se paro, atrapalho

Se chego, escangalho

Já fiz de tudo por aqui

Tudo o que eu não queria fazer

Me deixa ser, me deixa vencer

Que eu quero é morrer na sarjeta

Não tem som, nem luz

Não tem ar, nem paz

O desejo não pode se findar

Eu não posso parar de acreditar

Imploro a Deus todos os dias

Que eu não simplesmente exista

Que a diferença faça parte da minha vida

Que eu encare o hoje como uma via

Aguenta mais um pouco, filha

Sai dessa algaravia

Desse labirinto, vê se te livra

Me dá tua mão, minha companhia

Livras-tu dessas bi-a-tch

Engolidoras de hippies

Fingidoras da simpatia

Matadoras da verdade

Fora isso, por enquanto, estarei aqui

só olhando, de canto, esperando

A hora da cobra experiente

No silêncio ataca, à noite arrasta

Vai ver ressurgir de baixo do embaixo

Alcançar o céu ao mesmo tempo

Alcançar os mares e os sentimentos

Como fênix, mas sempre ardendo.

Lâmia Brito
Enviado por Lâmia Brito em 28/03/2012
Código do texto: T3581919
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