Vintage Denim
Eu escrevi nesse tecido antigo
a memória e o mapa da minha vida.
De cada lacerado e desbote,
de cada cerzido e recorte,
uma fala dos objetos mudos,
das pessoas que estiveram próximas,
das bebidas derramadas,
dos cheiros de camas desconhecidas,
e assim, foi a lembrança deixada.
Já não é mais meu símbolo,
é outra pele desgastada.
Ferida de amor e de ressaca,
que andou pelo mundo,
da Casa del Camba até o Vieille Choppe.
Como proceder agora?
Até o que veste, morre.
No funeral de uma calça jeans,
choro mais copiosamente
do que lendo meu passado.