TEMPOS IDOS ...
Cravei duas estacas
naquele chão antigo
pensando cercar a dor
que escorria para o rio...
Vi adormecer o pássaro
que brincava de formiga
picando folhas e horário
esperando o frio inverno...
Foi quando me prostrei
à sombra do tempo ido,
fiz florescer lembranças
e troncos de cedros secos...
Agora é que descobri que
sou capaz de acariciar o
vento e domar sua robustez
com a palma da minha mão...
Cravei estacas de cerne
foi no chão do peito meu,
pingou saudade juvenil
nos pés e cravos do tempo!