INCONTINÊNCIA

O vento sopra

Desmedido e forte

Mas não é vento, é ventania...

A fonte jorra

Desmedida fonte

Mas não é fonte de alegria...

A chuva cai

Desmedida vai

Mas não é a abundância que satisfaz...

O sol aquece

Desmedido queima

Mas não é luz que clareia os dias...

O mar se abre

Desmedido engole

Mas não é largura que nos envolve...

A mata é densa

Desmedido verde-ar-dente

Mas não é o ar que o corpo quer, ressente...

Palavras são

Desmedidas saem

Mas não é o que mais me dói...

O que mais me dói

É a incontida incontinência...

Suerdes Viana
Enviado por Suerdes Viana em 27/03/2012
Reeditado em 28/03/2012
Código do texto: T3580007
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