PESSOA ABSTRATA

Serei poucas palavras...
Resumindo-me ao silêncio
Destas folhas pintadas,
Tão fortes, tão fracas,
Tão humanas, tão covardes,
Onde você poderia ser tudo,
Passou a ser nada.
Onde a traça destrói
O pouco que ficou
E a mentira apaga
Aquilo que marcou...
Sem cheiro, sem nada,
Nem mais uma palavra,
Nem mais uma escrita
Que mereça ser ditada
Por alguém que não entende
E não sabe o que é o amor.

Adriana Leal



Texto revisado por Marcia Mattoso