ADÁGIO

Por trás do mundo há o sopro do acaso

Onde ocorrem os encontros duradouros.

Num lapso de tempo somos só fragmentos mesclados

Com cada lápide de verdades idôneas.

Em cada face anônima encontramos

O nosso elo perdido, o istmo que nos faz merecedores

De um novo amanhã.

Quem furtou nossa saudade e nos conduziu pela mornez

Da hora menina e sagrada?

Por trás da película somos só o cerne de nós mesmos

E ainda ganhamos um troféu de prata

Por enganar em um sorriso

A vertente de sermos só máscaras inventadas.

Em cada vértice de existência caminha

Um sonho esquecido no âmbito da ganância real.

Quem malogrou o descanso da alma

E enxugou as lágrimas vertidas pela desesperança?

O amor somente preenche o vácuo

Que existe entre a fé e o desalento

E, num bocejo de preguiça, revela a beleza pueril

Das meninas descansadas.

Num abrigo de tempo guardamos o sonho primaveril

Da estação desejada

E nos tornamos cúmplices da união intrínseca

Que nos remete à humanidade sã.

Os medos não são tão soltos no pensamento,

São só lamentos de coragem e gana.

A chama da razão invade o território

Do coração que sangra, mas não o toma por completo,

Pois, em terra de bravios,

O amor é o grande vencedor das batalhas.

Márcio Ahimsa
Enviado por Márcio Ahimsa em 25/01/2007
Reeditado em 13/08/2007
Código do texto: T357950