ADÁGIO
Por trás do mundo há o sopro do acaso
Onde ocorrem os encontros duradouros.
Num lapso de tempo somos só fragmentos mesclados
Com cada lápide de verdades idôneas.
Em cada face anônima encontramos
O nosso elo perdido, o istmo que nos faz merecedores
De um novo amanhã.
Quem furtou nossa saudade e nos conduziu pela mornez
Da hora menina e sagrada?
Por trás da película somos só o cerne de nós mesmos
E ainda ganhamos um troféu de prata
Por enganar em um sorriso
A vertente de sermos só máscaras inventadas.
Em cada vértice de existência caminha
Um sonho esquecido no âmbito da ganância real.
Quem malogrou o descanso da alma
E enxugou as lágrimas vertidas pela desesperança?
O amor somente preenche o vácuo
Que existe entre a fé e o desalento
E, num bocejo de preguiça, revela a beleza pueril
Das meninas descansadas.
Num abrigo de tempo guardamos o sonho primaveril
Da estação desejada
E nos tornamos cúmplices da união intrínseca
Que nos remete à humanidade sã.
Os medos não são tão soltos no pensamento,
São só lamentos de coragem e gana.
A chama da razão invade o território
Do coração que sangra, mas não o toma por completo,
Pois, em terra de bravios,
O amor é o grande vencedor das batalhas.