CONDENADOS PELA PESTE
CONDENADOS PELA PESTE
Irrompem as trevas da noite
Ouve-se um bater ritmado e surdo
Quase reina o silêncio no universo
Ziguezagueiam insetos em pé de guerra
Encurvado um ancião têm as mãos no colo
Ao redor dele as crianças jogam contas
Nem sabem que a peste devasta os vivos
Cintilam os pestilentos vírus coloridos
Aqueles de estirpe de príncipes serão virtuosos
Não devem oscilar entre justiça e consagração
Só sobreviverão quem conseguir equilíbrio
Mas a disputa pelo sangue é mais acirrada
O mestre combina os símbolos do jogo
Fala a língua conhecidas dos condenados
O velho trapaceia as virtudes pelos erros
Ele aspira que seus alunos sejam homens
Mas os homens estão condenados
Pela peste dos melindres e achaques
Fazem-se cheios de mimos e dengos
Querem seus gostos a cima da lógica e da razão.