Manifesto à noite
Fico perto da esfera
nessa noite que erra.
Fúria abrupta, ave noite
a vida flui, erra, impera.
Nem pouco, nem muito
fico assim comovido
parado na estação
querendo descer do mundo.
Ave noite! A morte acera.
O coração é quem diz
mesmo sem estar comovido
como quem fica perdido.
Ave noite! A morte acera.
Quando a vida não impera
fico perto da esfera
nessa noite que erra.
Quando digo que impera
não quero dizer que erra,
mas que tudo se constela,
pois a noite é a morte
norte pobre sem suporte
o fim que tudo acera.
Este poema está no meu livro "À procura da poesia".