Elipse.
A tempos o tempo passou,
Como um sonho que vira silêncio,
Não tenho mais a sua doce voz em minha lembrança,
De quando éramos crianças fingindo pescar estrelas.
Tudo passou tão rápido,
Hoje nem lembro mais o que tinha sonhado ontem,
As vezes não vejo minha face refletida no espelho,
As vezes é tão estranho estar acordado e não ver o sol,
A criança que habitava dentro de mim,
Talvez esteja adormecida e nunca mais acorde,
Sinto falta de seus planos breves, que sempre falhavam,
Mas a perda não parecia tão dolorosa,
Hoje as imperfeições da minha face me mostram,
Quantas derrotas acumuladas estão expostas,
Talvez se eu não tivesse medo de ter tentado mais,
O tempo não seria minha maior desilusão.
Hoje o que temo não é a velhice,
E sim as marcas que ficam gravadas dos meus erros do passado,
Que deveriam estar enterradas,
Longe de meus pensamentos.