Cerejeiras*
é de cereja esse sentir frouxo
que envolve a pele
que traz todas as memórias
pintando pigmentos doces no olho
e o olhar se volta
profundo azul que não esqueço
da cereja que teimosa
amadurece o rubro do lábio
o sonho daqueles beijos...
e os beijos são de cereja
sem licença, sem deveres
sem tristezas, sem ondas
-mar calmo e espesso-
e se há ondas, trazem o sentir afoito
das frutas vermelhas
cerejas, por vezes morangos
dos areais da mente
que traçam um caminho n'alma
essa que canta o ontem
que bebe o licor do presente...
Karinna*