Poesia pra justificar o injustificável

Pensei que tinha direito à beleza,

arranquei a flor

e levei para casa.

Quis só pra mim o seu perfume

E ela não suportou.

Não resistiu ao jarro

No qual eu quis mantê-la,

apesar de todos os cuidados

e dedicação de um jardineiro

leal e atencioso.

Hoje a vejo perfumando

outras mãos e olfatos,

e sofro.

Mas, não ouso mais

cometer o mesmo erro.

Agora, sempre desvio de jardins

e renuncio a beleza das flores.

já que do meu ato

só me ficaram espinhos.