M E D I T A Ç Ã O
Na embriagues de sentimentos,
atitudes impensadas.
Na sobriedade da razão,
atitudes sofridas.
Sem sentimentos e sem razão
melhor seria a loucura.
Penso, os loucos não sofrem,
se estou a pensar não sou louco
ou sou um louco lúcido?
E quem não é louco?
Os manicômios estão cheios,
cheios de lúcidos.
Não sei se podia sonhar,
sonhar o que não podia,
uma realidade que não a minha
que acaba sempre em nada.
Acaba porque nada acontece
ou porque sou um nada?
Continuando na minha alienação
procurei na metafísica verdades,
compreender a alma
buscando o ser maior, Deus.
Eu, um ser pequeno, pequeno demais,
tão insignificante quão obtuso
pra encontrar qualquer grandeza,
continuei na minha miséria
sem encontrar nada
porque nada sou.
Foi mais um apanágio
não funcionou nem poderia,
minha dor não tem cura.
E neste inferno de dúvidas,
de incertezas, de descrenças,
o que seria melhor— existir
vivendo a hipocrisia humana
ou a simplicidade da morte?
Na mesma linha de pensamentos,
apenas e simplesmente filosofando,
sem entrar nos meandros da teologia.
Partindo de princípios dogmáticos,
a máxima ideológica é clara
quando diz que a alma é eterna.
Sendo assim a morte do ser
é a passagem do espírito
de numa existência
e o começar de uma outra.
é o final da matéria
que volta a sua origem, o pó.
Se não existe reencarnação,
fica a pergunta sem resposta,
pra que e porque existir?
Marcus Catão
Esse poema está em vídeo, editado pela Nina Flor Bela,
o que muito me honrrou e pelo que sou eternamente
grado a essa brilhante poetiza.- Marcus Catão
http://www.youtube.com/watch?v=Dh3aJmEJ7Zc