Espaço






Sinto-me lá finalmente
Já tão infinitamente
Leve, já não tenho corpo
Não mais nenhum escopo


Minha missão termina
Posto nesta vastidão
Máxima esta solidão
Mais há, germina


Assim se premia
Quem bem semeia
Liberto enfim da teia
De medo e peso, fremia


Talvez por ser parte
D'algo maior, ínfima
Que seja, minha arte
Ora estelar, 'inda íntima


Tudo agora alcanço
Em mínimo esforço
Entendo tudo e todos
Mesmo se oculto em lodos


Sou puro pensamento
Total entendimento
Pleno desprendimento
Posto em firmamento


Sou música, acordes,
Versos, tintas, recortes
Revistas, livros, jornais
Filmes, agora em cartaz


Sem ossos, sangue, gordura
Em mim agora só perdura
Áureos sentimentos
Em todos os momentos


Nada mais terreno, carnal
Livre de tudo, d'era corporal
Outrora pensei, principal
Em que pese o mal


Que fiz, causei, sofri
Preso, assim restou
Jaz naquele corpo vil
Sete palmos, Ele o lançou


No infinito estou
Essência desnuda 
Pura, foi o que ficou
Unida n'alma; à minha amada.









Vauxhall
Enviado por Vauxhall em 24/03/2012
Reeditado em 25/03/2012
Código do texto: T3573133
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