Oração de Adão

Senhor,

Pedi-lhe ponte.

Caminho para atravessar este abismo.

Tu me deste.

Ponte de ‘arte / fato’

para sair daquilo, ‘in / festa’.

Iludido no inferno

com o ‘in / filo’.

Eu vivia in – feliz

e nem sabia.

Tu me deste a po – esia

‘Po / texto’ – água potável

para eu sobreviver / Poeira Humana /

“E ao Pó retornarás.”

Tirai agora o Anjo

com espada flamejante

da porta do Paraíso.

Quero entrar novamente na Casa do Pai

cantando canções em coro aliviando o cansaço

de ter sonhado com o inimigo que jurava amigo

porco e cão

tive que comer de sua lavagem.

Carne de pescoço e bolotas.

Dormi no chiqueiro

aquecendo-me

com cachaça.

Tornarás Pó!

Ordenaste.

Peço clemência!

Daí-me o Poema de cada dia

para a minha purificação.

L.L. Bcena, 31/03/2011

POEMA 558 - CADERNO: PRANCHA DE SURFISTA.

Leonardo Lisbôa
Enviado por Leonardo Lisbôa em 23/03/2012
Reeditado em 22/10/2012
Código do texto: T3571977
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