Rape Mind


Veja os hemíonos em fuga,
e a elegância dos músculos do predador.
O único que nunca precisou, como eu,
ocultar a trivialidade sentimental
por trás de uma planimétrica diagramática.
É um desapontamento.
Viver para matar no outro dia,
e a comédia persiste, inalterada,
desde que a fome virou instituição,
e o músculo cardíaco,
um receptáculo para a fraqueza reprodutiva.
Pois se não desculpam as pernas abertas,
o pulsante desespero pela cópia em série,
inventa-se a palavra partida ao meio.
E para traduzir a mecanicidade da foda,
eu crio o toque divino do amor galante.
É humano a violação dos significados.
É humano estar distante da verdade.
Para isso inventou-se a filosofia.
E para protegê-la do assassinato,
inventou-se a ignorância.
EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 23/03/2012
Reeditado em 23/03/2012
Código do texto: T3571244
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