O ÚLTIMO SOBRETUDO

“Aqui o silêncio é uma prece”

Nada mais de dor
Nada mais de apego
Nada mais de prece ou messe
Nada mais de ensejo
Nada mais do nada mesmo
Nada mais de coisa alguma
Apenas o arrebatar traiçoeiro da penumbra
Apenas o arrebentar do peso da tumba
Por sobre os olhos, o rosto, enfim, o último sobretudo
Por sobre o corpo em decomposição
No seu taciturno invólucro: o caixão.


 
ZARONDY, Zaymond. VERBOS, VERBETES, VERBORRAGIAS. São Paulo: Grupo Editorial Beco dos Poetas & Escritores Ltda., 2017.
 

 
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 23/03/2012
Reeditado em 20/05/2017
Código do texto: T3571235
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