Despetalar

Ela vem revestida de graça

Numa harmonia indizível.

Com breves sorrisos disfarsa

A dor reluatante de seu íntimo.

Não és cravo.

Mas a rosa deixaste despedaçada.

Ah, se tu cortasses as palavras,

Ah, se tu fechasses os olhos!

E por eles passasse desapercebida...

Tão somente, efêmera seria

A passagem dela por tua vida.

Quem diz... Quem diria...

Que a rosa seria marcada

Por, repentinamente, desabrochar.

Sem pudor doou-se por nada

E sem pudor pôs-se a chorar.

Pobre coitada, a rosa foi despetalada

Por almejar adormecer no mar.

Karoline Correia
Enviado por Karoline Correia em 23/03/2012
Reeditado em 14/04/2012
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