As Horas
I
Que são os relógios,
se não a mera representação exata
de nossas limitações?
II
Fragmentos de um todo
recorte de instantes...
Breve, breve, breve...
III
Tic, tac, tic, tac…
A vida se arraaasssta…
Como demora um segundo, meu Deus!
IV
As horas sozinhas não passam,
sou Eu quem passo com elas.
Eternamente efêmero... Passou!
V
Que imbecil invenção o tempo.
Que tolos são os homens;
Constantemente mortais.
VI
Há vidas em toda a eternidade,
há eternidade em uma vida.
Não há nada de místico no tempo.
VII
O relógio parou
A vida seguiu
O homem morreu.
VIII
Decidiram os governos que parassem os relógios.
Desavisado, o sol continuou a nascer e se por,
e no mesmo horário.
IX
Nasceu pela manhã,
Cresceu pela tarde,
Morreu no escuro sem ver o relógio.
X
Os sonhos são atemporais.